sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

VOU ME MATAR!

Há uns dias, no programa da linda, simpática, elegante, inteligente e “bom de ver”, a vascaína Fátima Bernardes, foi abordado o tema “rádio” e a Senhora William Bonner (também vascaíno, claro, ter a esposa como “inimiga” nunca é um bom negócio”) disse que, quando nova, adorava ouvir uma rádio que o locutor ia traduzindo as músicas em inglês para o português. Por coincidência eu também ouvia. Era a Rádio Bandeirantes /SP e o locutor Hélio Ribeiro, dono de um vozeirão.....Na época, anos 70 era essencial se saber alguma coisa de inglês. Hey Judy, Yellow Submarine, músicas dos Beatles, fazim o “mó” sucesso e sussurrá-la ao pé do ouvido de uma paquera num “hi-fi”dançante era meio caminho andado para o sucesso da “empreitada” E me veio à mente, um fato ocorrido numa rádio de Laguna,onde eu recém começara,como locutor e contado por quem trabalhava lá há mais tempo. O “sonoplasta” acho que era o Marechal, filho do Catarina e hoje funcionário da Casan. Já de noite apareceu por lá um dos locutores, em horário de folga e bebaço, que era dos mais ouvidos, pedindo para gravar uma mensagem, pois a noiva terminara o noivado com ele e não suportando o que seria a vida longe dela, iria se matar, se jogar da pedreira (existia mesmo uma, muito alta que tinha fama de ser mal-assombrada, na Lagoa Preta, hoje bairro Navegantes). Mas deixou ordem expressa de só soltar a gravação no horário do programa, e caso ele não tivesse aparecido na Rádio. Gravação terminada com as conhecidas juras de amor do tipo: meu amor, desde que éramos crianças, eu sempre te amei...não suportaria viver sem a tua presença, porisso resolvi dar um fim à minha vida e escolhi a pedreira porque ela é testemunha do nosso belo amor....Tudo isso dito no capricho, com a bonita voz que o danadinho tinha, imaginem... Mas quando se dirigia pra pedreira com o fim de tornar exitoso o seu macabro pensamento, começa a cair sobre a cidade uma chuvinha fria, que, batendo no rosto do nosso amigo locutor, o fez curar do porre e pensar no que tinha feito: Meu Deus!!! A gravação...E estava quase na hora do programa começar...tenho que chegar na rádio antes que o sonoplasta coloque a gravação no ar. Mas como? Naquele tempo não existia telefone celular e táxi àquela hora? Nem pensar....Já pensou se o sonoplasta coloca a gravação no ar? Que vergonha, meu Deus!!! Depois de 1 hora mais ou menos, chegou na rádio (ficava em cima do antigo Bar Monte Carlo e atual Nushe Dryll Center),esbaforido e completamente encharcado de suor, apesar da chuvinha fria que ainda caía naquela fria manhã de outono. Depois das explicações que teve que dar ao irado diretor,nosso suicida-arrependido foi aconselhado a pegar umas férias até que a poeira baixasse. Em Laguna, nos trinta dias que se seguiram, só se falava naquilo...

Um comentário:

  1. "Depois de uma hora mais ou menos"? Hora mais ou hora menos?
    O termo "mais ou menos" aguarda referência.
    Melhor é dizer:
    Depois de mais ou menos uma hora.
    Obrigado.

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