sexta-feira, 11 de junho de 2010

EMBAIXADINHA

Vi ontem, todinha, a abertura da Copa do Mundo e senti um orgulho imenso de ser descendente daquele povo alegre e de bem com a vida, apesar do “sufoco” em que vivem (sabem o que é liberdade há menos de vinte anos). No final, mostraram uns moleques fazendo “embaixadinha” e me lembrei que há algum tempo atrás, o Avaí (veteranos) realizou uma gincana. O Baeta, time de veteranos aqui do bairro formado com o nome do meu pai(assim ele era conhecido) para homenageá-lo, foi convidado e lá fomos nós. Uma das tarefas, era fazer embaixadinha. E escalamos o Anderson, meu filho mais velho, para nos representar. E ele fez quase 400 sem deixar a bola cair. Já ganhou, já ganhou! Gritava a multidão. Preta, a presidente do Avaí, andava prá lá e pra cá e retrucava, confiante:
- Espera só para verem o nosso jogador...esses trezentos e poucos que o Baeta fez, são fichinha perto do que nós vamos fazer.
Deu meia hora, uma hora e nada do jogador do Avaí aparecer. Até que alguém avisou: A Preta pediu para esperarem mais meia horinha, que ela foi buscar o jogador de táxi. Como era o time que organizara a gincana, resolveram esperar, apesar dos protestos dos adversários e do público. E quase uma hora depois surge a Preta, de táxi, trazendo o Paulinho Boca, numa mala que dava gosto ver.
- Esperem só o nosso atleta se trocar, que o show já vai começar. Meia hora depois da chegada e em meio a um intenso foguetório nunca visto antes por aquelas paragens, surge o Paulinho. Trajando o vistoso uniforme azurra e com um andar de boleiro mala, Paulinho se dirige para o palanque. As pessoas que estavam mais longe, foram se acercando, pois ninguém queria perder o show que prometera a presidente Preta. Deram uma bola pra ele, novinha. Paulinho jogou-a para o ar, fez mais três balãozinhos, inteirando quatro e.....epa!!A bola foi para longe, distante do alcance do Paulinho, que paralizado, no centro do palanque, com as duas mãos na cabeça, só repetia: - Meu Deus!!! O que é que houve???

A Preta, inconformada, queria matar o Paulinho.

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