quarta-feira, 19 de setembro de 2012

DEBATE

Tá la no Tutti Vasques: No tempo em que mediador de debate eleitoral tinha que tomar no grito a palavra de candidato falastrão, a gente era feliz e não sabia assistindo a Marília Gabriela, toda descabelada, tentando calar a boca do Brizola ou do Maluf à força. A certa altura do ‘Encontro de Presidenciáveis’ de 1989, ela suplicava “intervalo, por favor”, aparteada pelos gritos de “filhote da ditadura” e “desequilibrado”, com a plateia às gargalhadas. Em um dos momentos mais ríspidos do debate de anteontem entre os candidatos a prefeito de São Paulo, Haddad chamou Serra de “deselegante”. No que o tucano prontamente revidou: “A deselegância não é minha!”. Por aqui, a TV Unisul aprentou domingo passado,debate entre os 4 candidatos a prefeito, Como se esperarava, nenhuma novidade aconteceu, a não ser o incômodo por que deve ter passado o Rui Barbosa em seu túmulo, com as agressões à língua de Camões. O mediador Mario Sergio Conti, coitado, não precisou sequer interromper ninguém com o tradicional “seu tempo acabou”: todos devolviam a bola ao jornalista antes até do prazo. Tá certo que um minuto de tréplica para o Paulinho da Força é uma eternidade, mas, de uma maneira geral, o discurso vazio de sempre vem perdendo também o gosto pelo confronto. Como ninguém vai ao ataque com medo de tomar bola nas costas, debate eleitoral no Brasil virou programa tão chato de se ver na TV quanto jogo da seleção. Hoje tem, né?!

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