quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
MESTRE SALA E PORTA-BANDEIRA
Tida antigamente como “sagrada” e levá-la era o maior orgulho para um sambista, o mestre sala e a porta-bandeira,transformaram-se hoje, salvo ainda raríssimas exceções, “num quesito que vale ponto”. Antes era necesário saber sambar,mas com graça, simpatia, reverência . ,Lembro ainda quando adolescente,pra ver de perto a Siniria dos Santos e o Nilton, mestre sala e porta-bandeira da Vila Izabel...com que graça desfilavam....Morria de inveja por não saber fazer que nem eles...Hoje, dá gosto ver a elegância do mano Joel e da sobrinha Joice (foto) levando, suntuosos, o pavilhão da nossa Brinca Quem Pode. Inclusive vi mestre sala desfilando nesse pré, de bermuda. Acho uma falta de respeito, pra não dizer outra coisa....A idolatria e respeito eram tanto que se tentava praticar o roubo. O “roubo” ocorria, normalmente, no clima da euforia momesca, quando as agremiações se apresentavam e os Mestre Salas, desenvolvendo o bailado se descuidavam da proteção da Porta Bandeira. As Porta Estandartes, hoje Porta Bandeiras, contavam ainda com outro tipo de proteção(os chamados porta machados), exercidas por garotos que ficavam ladeando a “protegida”. A garotada foi aos poucos sendo substituída nas escolas de samba pelas chamadas “bainas-de-linha”, na verdade homens fantasiados de baiana, com navalhas presas às pernas, que ficavam nas laterais das escolas exercendo a função de protetores.
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