sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O PAPEL-CARBONO DO ROBERTO CARLOS

Ouvia um CD do Roberto Carlos, que eu mesmo gravei, a dedo, e tocou Proposta. De imediato lembrei do amigo, compadre (mesmo), parceiraço de incontáveis aventuras e um dos melhores Policiais que conheci e com quem trabalhei nos inesquecíveis quinze anos de Lages, o “Branca”, apelidado assim por alguém da Delegacia por sua incrível semelhança com o ator que ajudava a dupla de tiras “Stursky & Hutch”. O Branca antes de ser Policial Civil, foi bandeirinha de futebol, pertencendo mesmo ao quadro de árbitros da Federação Catarinense de Futebol. E o compadre era sempre escalado para jogos dos times do oeste, Chapecó e São Miguel d’Oeste, onde jogava o Beiço, um negrão 12x12 que costumava botar pra correr os árbitros que ousassem agir contra os interesses do Guarani, e isto incluía pênaltis que ele cometia a torto e a direito, pois era um “beque central“ difícil de ser batido, mas ruim de doer e os gols de mão que ele costumava fazer, principalmente nas cobranças de escanteio. Mas Branca não tinha medo do Beiço e porisso era escalado para atuar em jogos dos times do Oeste (eu mesmo, confesso, passei medo muitos anos depois trabalhando na Rádio Clube de Lages, e em Chapecó, imagine trabalhar em São Miguel....) E numa dessas idas, o trio de árbitros, quase sempre os três de Lages, por insistência do compadre, resolveu “pousar” em Chapecó, onde naquela noite haveria a apresentação do “papel carbono do Roberto Carlos”. – Opa, se é do Roberto é coisa boa. E deu meia-noite, uma hora, duas horas e nada do show. Mas Branca procurava entreter seus agoniados amigos com o “pra ver um carbono do “Rei” qualquer espera é válida”. E quando já passava das 3 horas da madrugada, o Branca sem argumentos para segurar os dois amigos, e até ele mesmo se questionava se estava valendo a pena perder uma noite, anunciaram o “papel-carbono do Rei Roberto Carlos“. E me aparece um negrão, último tom, de mangas do paletó arregaçadas no melhor e inconfundível estilo Roberto Carlos, inclina o pedestal do microfone como o “Rei“ fazia e lasca; - Eu ti.......porponho. Pronto. Acabou da forma mais trágica possível, a ansiedade que dominava o compadre.

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