terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O BANHO DO BIZORRO


Era dia 1º de um ano que não recordo e na véspera recebo um telefonema de um aflito gerente do Laguna Tourist Hotel e principal incentivador das nossas apresentações (grupo de roda-de-samba em que tocava eu no pandeiro e voz, Bizorro cavaquinho e voz, Sansão repinique, Anderson meu filho no surdo de marcação,Nereu no cavaquinho-solo e Santos Camilo no violão) na “Gaiola de Ouro”.
- André, to com o hotel lotado e tem um grupo de argentinos que ouviu falar de vocês lá na Argentina (viu? éramos famosos mas ninguém sabia) e quer que vocês se apresentem....
Claro que, em assim sendo, não poderíamos desapontá-los. Convoquei às pressas a rapaziada e todos abriram mão de passar o réveillon com a família, como era tradição para nós lagunenses. E lá fomos nós rumo ao “estrelato”, embaixo de uma “lua” de 40 graus. De tão quente parecia que o sol estava derretendo. Era meio-dia, um pouco mais, um pouco menos não lembro exatamente, mas até hoje não esqueço é do que vou contar a seguir e de que, quando chegamos ao pórtico do hotel, avistamos um pequeno avião bimotor como se fosse aterrissar na praia do Gi, super lotada. Comentamos e estranhamos a manobra do piloto e mais tarde viríamos a saber que o avião caíra a poucos metros da orla. Felizmente, foi só um susto,
e que susto né... Mas lá dentro, o entorno da piscina fervilhava de hóspedes, eu e a turma chegamos e logo começamos a cantar músicas alegres, como que saudando o Ano Novo que começava. Depois de meia-hora já encharcados de suor, fizemos a tradicional paradinha, para entre outras coisas, cuidar da “desidratração”. Notamos que o BiIzorro, ficou separado da turma, parado, sentado em uma cadeira, de frente pra piscina. Estranhei a atitude do cara mas nem de longe imaginei que ele fizesse o que fez. Disfarçadamente e com muito vagar, certamente pra não chamar a atenção, tirou a camiseta, descalçou sem fazer movimentos brusco, as sandálias de dedo, e antes que alguém tentasse impedi-lo saiu em desabalada corrida em direção da piscina e “catchbum”. Em segundos, lá estava o Bizorro, em meio aos “abonados” hóspedes, disputando em igualdade de condições, cada pedacinho da refrescante piscina. O Santos Camilo, nosso violonista, também estupefato com a repentina atitude do amigo, sentenciou:
- Êh, se o Santo Guilherme (Santos Guglielme, proprietário do hotel) souber disso, vai mandar secar a piscina...

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