segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PAULINHO BAETA

Recebi, e sou grato por isso, email do conterrâneo e amigo Afonso Prates da Silva, cuja amizade muito me orgulha e seu acompanhamento do blog o torna mais erudito, contando uma das passagens do pai, Paulinho Baeta, no conjunto musical em que ambos faziam parte. Graças ao utilíssimo “copiar/colar” dos computadores, transcrevi “ipses litteris” a aventura vivida por eles:

Baile de Debutante
O conto que vou narrar aconteceu no dia 30 de Setembro do ano de 1962. Mauro Camilo, que além de músico exercia as funções administrativas da orquestra, reúne o pessoal para dizer que tinha fechado um grande contrato. Um baile de debutante na cidade de Florianópolis; Clube Seis de Janeiro no Estreito. Como sempre a mesma rotina, ensaio de músicas novas, não era tão simples assim, não havia partituras, então o cérebro da orquestra nosso saudoso Cacique, ouvia e montava todas as partituras para os instrumentos de sopro; piano, acordeom, violão elétrico bem como a parte de ritmos improvisávamos de ouvido. Bem tudo pronto marcamos a hora de partir de Laguna, instrumental embalados, uniforme bem passado seguimos pela manhã rumo a Floripa.
Era aproximadamente 16 horas quando estacionamos o ônibus a frente do clube.
Iniciava-se assim a locomoção dos instrumentos, caixas de sons etc., aproveitava o pouco tempo para dar uma afinação e consertar algumas notas do piano.
Agora vem o fato mais importante que marcou aquele baile: paralelo ao nosso serviço dois moços muito delicados e muito prendados davam acabamentos a ornamentação. A entrada para o salão era uma grande moldura pelo qual passaria as debutantes; as mesas muito bem arranjadas com flores naturais davam um acabamento magnífico. Tudo pronto os moços, um segurando o arranjo de flores e o outro borrifava água perfumada, com um borrifador antigo, aquele muito usado na época pelos barbeiros. A turma espiava por entre olhos e sorriam pela maneira como procediam os meninos. Tudo pronto olham mais uma vez o salão, vão até uma mesa, ajeitam um arranjo e finalmente vão embora. Paulinho Baeta corre na janela e vê os moços partirem numa Kombi do clube; volta rápido, vai até uma sala que existia próximo ao toalete pega o borrifador e junto com o Manoel Silva sai pela moldura em direção às mesas do salão, Manoel Silva pegava o arranjo e Paulinho borrifava água perfumada, fazendo os mesmos gestos dos arranjadores , a turma sentou na ribalta para ver, ninguém agüentou as risadas quando entra o presidente do clube; Maneca e Paulinho não sabiam onde se enfiar, ficamos paralisados, mas o presidente, muito educado, começou a rir também. Para alívio da orquestra, tudo terminou bem. O baile foi um sucesso

Nenhum comentário:

Postar um comentário