quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A MALA DO ODENIR


Recebi do net-amigo Afonso Prates da Silva, este interessantíssimo email, trascrito (copiar/colar) "ipsis litteris":
“Estamos no ano de 1956; um grupo de malucos sai de Laguna, apenas com uma carta de apresentação do prefeito da cidade.”
Hoje não sei o que aconteceria, mas o que vou narrar é verdadeiro e aconteceu com os alunos da 4ª série do Ginásio Lagunense.
As uniões estudantis em todas as capitais desenvolviam-se a todo vapor; nas cidades do interior, as mais desenvolvidas iniciavam os movimentos e fundavam suas agremiações, posso citar como exemplos as cidades de Joinvile e Blumenau. Naquela época em Laguna, não tínhamos idéia de como planejar e criar também uma associação estudantil na cidade. Inventamos uma excursão pelo estado, e assim fomos ao prefeito, na época Dr. Paulo Carneiro, sua filha Rute Maria, fazia parte dos excursionistas, assim não foi difícil conseguir a “Carta de Apresentação”, nosso salvo conduto. Também com a prefeitura conseguimos o ônibus para transportar os alunos. A carta de apresentação era um pedido do Prefeito Paulo Carneiros, endereçada aos seus colegas, solicitando alojamento e refeições aos estudantes. E assim partimos, levávamos alguns trocados, somente o suficiente para pequenos lanches, os mais abonados levavam mais um pouco e às vezes salvavam os menos favorecidos. Fomos bem recebidos nas cidades visitadas; em Joinvile e Blumenau tivemos dos estudantes um apoio importante, pois já tinham suas agremiações UEJ em Joinvile e UEB em Blumenau. Conseguimos todos os documentos necessários para a criação da agremiação estudantil de Laguna, fato este que aconteceu na nossa volta, assim nascia a UEL (união estudantil de Laguna).
Foi formada a diretoria, alugamos uma sala, onde mais tarde funcionaria a Rádio Garibaldi.
Mas, porque citei no título “A mala do Odenir”? Que tem haver com a história?
Bem durante a volta passando por Brusque dormimos em Nova Trento onde era prefeito o Professor Pedro Piva, que foi diretor do Grupo Escolar Jerônimo Coelho na década de 40, em Laguna. Pela manhã partimos ruma a Tijucas e logo o retorno a Laguna. Quando chegamos tudo era festa, cada qual procurava sua bagagem na ordem que decia da parte superior do ônibus. Foi aí que aconteceu a tragédia: a mala do Odenir perdeu-se na viagem. Odenir para quem não conheceu, era um menino muito educado, filho único, criado pela mãe e sua tia com muito carinho e zelo.
De família humilde, o pessoal comove-se com a situação. Então começamos um movimento para angariar dinheiro para cobrir as despesas; rifas, foram feitas, pedimos no comércio, enfim já estávamos com um valor considerado. Quando recebemos a notícia que nos enviou o Prefeito Pedro Piva: “a mala perdida caiu na ponte coberta que ligava os municípios de Nova Trento e Canelinha.” Ficamos felizes, entretanto tínhamos um problema, e o dinheiro arrecadado? Foi um movimento muito discreto, porque não queríamos que fosse divulgado para não causar constrangimento ao Odenir. Ai vem à parte melhor da história; vejam a foto acima, a da dreita, clicndo na mesma para vê-la ampliada:

Festa realizada no Bar Monte Carlos - Laguna 1956.
Da esquerda /para direita: Celso Prates, um colega transferido, não lembro o nome, Luiz Carlos Santos (Carlinhos), Orlando Nicoladelli, Caio Martins, Gilberto Ulysséa (Giba), Everaldo Francisco da Silva, Afonso Prates, Lupércio Freitas (Pinto) e Valdelir Correa.

Eu conheci um Odenir, só não sei se é o mesmo dessa história coontada pelo Afonso,mas o “meu’”tinha o apelido de "Charuto”, só sei que era muito magro, elegantíssimo e era “gente-fina”. O bar onde tudo terminou, o Monte Carlo, jamais o esquecerei: Ali começu o 1° e inesqucível porre que tomei na vida, né Marechal??????

Um comentário:

  1. André
    Estás corretíssimo, o Odenir é realmente o "Charuto", filho de Dona Onélia, morava na Rua do Rincão.Um ótimo colega infelizmente morreu muito jovem.
    Abraço

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