quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
► Ontem, de manhã bem cedinho, um jovem de 16 anos, garçom em um bar do Mar Grosso, residente no loteamento São Judas, mais conhecido como “Sem-Terra” na Barbacena, descia o morro em direção à Carioca, onde a população se acostumou a pegar, em grandes bambonas, a aguinha nossa de cada dia, límpida e fresquinha. De repente e inexplicavelmente faltou o freio da “magrela” que dirigia. “Despingolado” o homem foi ganhando velocidade e a não sei quanto por hora, bateu num poste e morreu. Não teve a mesma sorte do Zé Bigorna em situação semelhante, mas no Morro do Diabo, que sai do Morro do Cabrito em direção ao Mar Grosso. Zé, usava o atalho, apesar do morro ser muito íngreme, para ir pro quartel. Zé era Soldado da Polícia Militar, e o QG da corporação fica no final do morro, na parte plana. Era o seu “caminho da roça”. Certo dia, Zé se benzia pra descer o morro, montado na sua inseparável “bike”, de marcha, gesto que estava habituado a fazer, apesar de não ser muito chegado na Igreja (mas realmente, descer o morro do Diabo, dá medo). E Zé mal terminara de cumprir a sua devoção, quando foi interpelado por uma mulher, esposa de um colega seu, também soldado da PM, que disse que seu marido estava doente e ela teria que avisar o oficial-de-dia. Naquele tempo, telefone era “objeto de luxo”. E pediu carona na garupa da “bike” do Zé. O Zé ficou com vergonha de dizer que em dois a descida era muito mais perigosa, que tinha medo...Afinal, ele era um Soldado e medo não existia em seu vocabulário. Depois de disfarçar e se benzer novamente, lá se foi o Zé em sua “bike”, levando na garupa a aflita esposa de seu colega de profissão. No meio da descida, aconteceu o que Zé temia. Acionou os freios e... nada. Acionou novamente......nada. Zé cada vez mais foi ganhando velocidade e suando frio, avistou à sua frente um enorme muro de pedra que existe até hoje, e o choque foi inevitável. Parecia até cena de desenho animado em que a pessoa deixa vasada no muro a sua silhueta. A silhueta do Zé. O coitado teve fratura exposta até na alma e ficou afastado das funções até há poucos anos, quando retornou ao quadro de soldados da Polícia Militar, numa função burocrática, claro. Bem, a mulher do colega, teve o impacto amortecido pelo corpo do Zé e sofreu apenas, além do maior susto da sua existência e uma fobia por bicicletas até o fim da vida, escoriações generalizadas por todo o corpo.
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