sexta-feira, 30 de julho de 2010

DAS TORNEIRAS DA CARIOCA JORRA ÁGUA MINERAL





Nesta 5ª feira, dia em que Laguna comemorou 334 anos de existência, o Governo Municipal e Iphan presentearam a comunidade, com uma obra que garantiu a propriedade mineral da água da famosa Carioca. O prefeito Célio Antônio salientou aos presentes sobre o fato da existência da fonte ter influenciado na colonização do município. “Se não existisse a água, Domingos de Brito Peixoto não teria iniciado a povoação da vila”. Uma fonte de manutenção da vida segundo ele.

O prédio da fonte foi construído em 1863, ampliada em 1906 e restaurada em 1990. Conforme estudos, produz 2 milhões de litros de água potável por mês.

Foram colocados 150 metros de canos de aço inoxidável, as torneiras públicas também são do mesmo material, a nova estrutura vai oferecer maior segurança sanitária para a população, preservando a qualidade da água.

Para a acessibilidade de cadeirantes e pessoas idosas, uma torneira foi instalada num espaço sem degraus.

O prédio que irá proteger a fonte, formada por seis poços, terá vidros para a população visualizar o espaço histórico, antes as paredes eram fechadas por tijolos.

A antiga casa da decantação deverá abrigar um museu com a história do local, também já foi erguido.

Luzes internas irão iluminar o espaço, que hoje tem capacidade para armazenar 40 mil litros de água mineral.

De acordo com a geóloga, Eliane dos Santos, a água mineral se forma através da infiltração do líquido da chuva, que penetra na terra até encontrar uma rocha, não conseguindo penetrar, a água retorna para a superfície recebendo o nome de água mineral, por ter recebido nutrientes ao passar pelas faixas de terra e rochas. Este processo demora anos para acontecer.

Todo o trabalho de revitalização irá adequar as instalações de captação de água de acordo com as normas sanitárias.

Comprovadamente mineral, a água da Fonte da Carioca continuará sendo fornecida gratuitamente, através das torneiras abertas ao público.

O projeto elaborado pela arquiteta Ana Paula Fogaça da Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação, foi licitado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, que investiu na obra cerca de R$224 mil. O trabalho obedece as normas do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).


Fonte dos namorados


No início da sua colonização, Laguna tinha três fontes de água que abastecia a cidade.

A fonte da Figueirinha (onde supostamente Anita e Guiseppe Garibaldi se conheceram), Campo de Fora e da Carioca, a única preservada ainda hoje.

A fonte da Carioca fica localizada ao lado da Casa Pinto Ulysséa. No pé do morro, a fonte é abastecida de água mineral, já comprovada por geólogos.

Antigamente, apenas uma pequena bica jorrava água. No ano de 1863, uma estrutura foi construída por escravos, muito comum na época, pois eles realizavam o trabalho braçal.

Foi denominada Carioca, que em tupi guarani significa casa branca ou oca.

A água da fonte foi por muito tempo, canalizada para prédios públicos e também para uma fonte ao lado do antigo Mercado.

Conforme o historiador Antônio Carlos Marega, o local se tornou um dos pontos turísticos da cidade, levando a fama de Fonte dos Namorados.

O motivo eram as idas e vindas das famílias até à fonte, uma atração para os visitantes.

Durante o passeio, os jovens solteiros trocavam olhares, muitos namoros começaram no trajeto até à fonte. A água da Carioca era levada pelas famílias que visitavam os lagunenses.

Foram nessas idas que casamentos iniciaram originando a fama do lugar.

No ano de 1876, o presidente da Província de Santa Catarina, João Capistrano Bandeira, através de uma lei, permitiu a organização de uma associação para conseguir um capital de cinco mil reis para o encanamento das águas da Carioca, até as proximidades das docas.

O objetivo era abastecer as embarcações. Um chafariz foi construído para este propósito. Cada barril de 20 litros de água, gerava 500 réis para a sociedade. Depois de 10 anos da organização, canos e o chafariz foram entregues para o poder municipal. Os canos podem ser ainda encontrados, já o chafariz,com o tempo, foi aos poucos sendo destruído.

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