O PIRATA

Essa semana fui ao centro da city e encontrei, em momentos distintos, os amigos Tião Lemos e Davi Machado, o primeiro, Comissário de Polícia como diz ele, gozando as delícias de um ócio remunerado(aposentado) e o segundo ainda na ativa. O fato ocorreu há muito tempo atrás quando os dois faziam plantão juntos, na Delegacia de Polícia, que na época funcionava onde hoje é a loja Recanto Byke. Na madrugada compareceu determinado cidadão que era o zelador de um dos dois clubes grã finos da cidade, Blondin ou Congresso não lembro exatamente. Segundo ele, que estava muito nervoso, após fechar o clube, esqueceu determinado objeto e ao voltar para apanhá-lo, se deparou com uma das portas arrombada e “se fossem depressa ainda poderiam pegar o ladrão lá dentro com a boca na botija”, disse. Como era pertinho, Tião e Davi foram a pé mesmo.(o Congresso, na foto, é o prédio vermelho, a Delegacia onde está o furgão branco e o Blondin está a uns 100 metros de distancia. Entraram sorrateiramente, como convém nessas horas e....avistaram o gatuno, revirando tudo: “Teje preso ladrão safado”. Era o “Pirata”, já conhecido nos meios policiais por ir preso semana sim, semana também e a razão do apelido vocês saberão a seguir. Pego em flagrante, Pirata nem teve tempo de tentar fugir: levantou os braços e foi logo dizendo: -Caaaaalma seu Comissário não to fazendo nada. O Policial saiu do sério. O cara arromba um clube...é pego em flagrante roubando e na maior cara de pau vem dizer que não está fazendo nada??? ora seu!!! A resposta do Policial foi um certeiro tapaço “na rosca do ouvido“, fazendo o meliante rodopiar. O toc-toc-toc de algo de vidro quicando no chão, chamou a atenção do experiente Tião Lemos e ele: Davi, com o tapaço, arrancasse o olho do cara...Explica-se: Pirata usava um olho de vidro (e essa era a razão do apelido, lembrando aquela famosa marchinha de antigos carnavais: Eu sou um pirata da perna de pau, do olho de vidro e a cara de mau). Mas tudo ficou esclarecido quando o Pirata saiu atrás da bolinha de gude, que fazia as vezes de olho, arrancada com o tapa do enfurecido homem da lei.