quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A VOLTA DA CPMF. JÁ?

Os governadores da base aliada ao Palácio do Planalto deverão se mobilizar, a partir do ano que vem, para criar uma fonte de recursos para financiar a saúde. A ideia de instituir um imposto para custear a Saúde, em substituição à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), agrada à presidente eleita Dilma Rousseff.
A maioria dos dez governadores de oposição eleitos deverá, no entanto, resistir à criação de um novo tributo.
'Não pretendo enviar um projeto recriando a CPMF. Mas tenho visto uma mobilização de governadores nessa direção', afirmou ontem Dilma, durante entrevista coletiva. Mas ela se diz preocupada com a criação de novos impostos. 'Eu tenho muita preocupação com a criação de impostos. Preferia outros mecanismos, mas tenho visto uma pressão dos governadores. É necessário que se abra um processo de discussão com eles', disse.
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, é um dos mais entusiasmados com a criação de fontes para financiar a saúde. Favorável ao imposto, Campos argumentou que a oposição foi 'irresponsável' ao derrubar a CPMF, em 2007. 'O dinheiro para a saúde é insuficiente', afirmou o governador, segundo sua assessoria de imprensa.
Eleito governador do Espírito Santo, o senador Renato Casagrande é mais cauteloso do que Campos, seu colega de partido. 'Temos de aumentar o financiamento para a saúde. Mas não sei se o único caminho é a criação de mais um imposto', observou Casagrande. 'Mas serei a favor daquilo que a gente decidir em conjunto', disse o socialista.
Contra. O senador Marconi Perillo (PSDB), recém-eleito governador de Goiás, garantiu que manterá a posição contrária à criação de um imposto para a saúde, apesar da escassez de recursos para o setor. 'Sou contra o aumento de impostos. Estarei à disposição para colaborar com a presidente Dilma, desde que não seja aumento ou criação de impostos. A carga tributária brasileira é alta', disse o tucano, um dos que votaram contra a manutenção da CPMF, há três anos.
Perillo reconheceu, porém, que sua posição não é consensual dentro do PSDB. Lembrou que, em 2007, os então governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, defenderam a aprovação do tributo. 'Acho que dentro do PSDB há divergências sobre isso.'
Este deverá ser o caso, por exemplo, do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Médico, o tucano é um dos que advogam a favor do imposto, mas deverá ser cauteloso a curto prazo sobre o tema.

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